domingo, 27 de março de 2011

Movimento

O movimento é intrínseco ao corpo. 

Através de variados e complexos circuitos que envolvem músculos, ossos e articulações integrados  ao sistema nervoso central e periférico, temos condições de movermos partes ou o todo, nos deslocamos.

Assim, vivemos o cotidiano: andando, trabalhando... acionando das mais variadas maneiras a engrenagem que nos faz movimentar o corpo, a vida.

E quando, por algum motivo qualquer, nos movemos menos que o necessário, nosso corpo logo sente. Dores musculares, o sentimos "travar". Sem escolha, somos obrigados a diminuir o ritmo (agora da vida). Uma ironia... movimentei-me pouco, restringi meu corpo ao sub-uso, sinto dor, e por isso, acabo ficando condenado, de fato, a imobilidade.

No dia-a-dia, é fácil entrarmos em verdadeiras ciladas que nos imobilizam. Tudo é tão tecnológico, prático e acessível, construído para o nosso conforto, não é mesmo? Pelo menos, até o lado B.

Ficar horas sentado em frente a TV, dirigindo no trânsito, navegando e trabalhando no computador. Isso faz parte de nossas vidas, e muitas vezes, não temos como fugir dessas situações.

Mas, será que tem de ser sempre assim? Quantas vezes, nos acomodamos de fato nessas situações, neguigenciando a ordem natural das coisas, ou seja, o movimento. 

Certamente, nosso corpo pedirá movimento e demonstrará através de cansaço, desconforto, formigamento, dor. Posso ignorar, mas até quando? Um corpo  constantemente dolorido está contribuindo para um presente e futuro cheio de limitações.

Construir um Corpo Sustentável tem muito a ver com a atenção e cuidado que decidimos ter conosco. 

Se sinto desconforto porque estou sentado há horas ou porque caminho o suficiente para chegar, no máximo, ao carro estacionado próximo, terei de rever essa parte de meu cotidiano e partir para opções que façam meu corpo se mover.

É comum nos lançarmos em soluções rápidas, como  usar um analgésico ou anti-inflamatório, que não resolverão o problema de fato. Partir para a solução na origem, aumentando o repertório de movimento em seu cotidiano é a alternativa  necessária.

Algumas atitudes comuns podem ser um bom começo como: a cada hora na frente do computador, se levantar, dar "aquela esticada"... ir beber uma água; subir alguns lances de escada ou invés de usar a escada rolante; fazer trajetos a pé; mover partes do corpo que sinto emperradas; executar tarefas domésticas (é sério!). 

Essas atitudes tão simples, as quais já deve ter ouvido dezenas de vezes, mas não deu muita atenção, não requerem grandes parafernárias ou mudanças radicais, mas com certeza, funcionam se usadas com frequência.

Você tem um corpo, que precisa de movimento... 
                                                   é natural,
                                                 é muito bom!




2 comentários:

  1. Cris querida!
    Adorei as dicas, este seu texto vai na contramão da tendência mecanicista, de tratar o corpo como objeto ou artigo utilitário, que só serve para carregar a cabeça de um lado para o outro. O corpo silenciado à força, em algum momento vai gritar... Também gostei muito do seu post sobre Angel Viana no Dança Anima, pena que não pude ir ao espetáculo.
    Bjs
    Cris

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  2. Queridíssima Xará!!
    Que bom te ver aqui! Já dei uma passadinha em seu blog e li sobre o Encontro desse mês. Que ótimo... vcs vivenciaram dança!!
    Bom, espero lançar idéias e estímulos sobre a necessidade do estado de atenção em nosso corpo, simplificando o tema e trazendo naturalidade há algo que nos pertence e do qual dependemos.
    Ah, e numa visão, com certeza, bem humanísta!! rs

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